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domingo, 19 de julho de 2009

Revoltas 1968- 40 anos depois



Imagem apenas ilustrativa, mas que tem a ver com "nosostros " que vivemos essa época.

Na foto, uma garotinha ,em Sorocaba,examina atenta o livro do Professor,escritor e poeta Luiz Lyrio-Embaixador Universal da Paz pelo cercle de Les Ambassadeurs univ.de La Paix - que foi relançado na "Semana do Escritor".

Trata-se na segunda edição(Editora Mazza) ,revista e ampliada, que narra os aconteciementos de 68, e a prisão di autor, então um estudante secundarista (*).

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Leiam esses interessantes assuntos sobre 1968, por exemplo, em :

http://www.goethe.de/wis/bib/prj/hmb/the/fol/ptindex.htm



"Ensaios para o diálogo cultural entre a Alemanha, a Península Ibérica e a América Latina

Revoltas 1968... e quarenta anos depois

1968 é muito mais que um movimento estudantil: sinônimo de um fenômeno de alcance mundial e ao mesmo tempo altamente heterogêneo, simboliza a rebelião contra as estruturas autoritárias e a favor de uma compreensão participativa de democracia. Representa a politização social e ruptura rumo à autodeterminação.
2008 proporciona a oportunidade de uma retrospectiva dos acontecimentos que são considerados, aclamados e festejados também como mito fundacional da República Federal da Alemanha, ainda que tenham sido ocasionalmente alvo de críticas veementes. Nos últimos meses, produziu-se uma verdadeira avalanche de contribuições sobre o tema, fazendo com que os sentimentos aflorassem de novo à pele. Leia mais

Sua opinião é importante para nós. Fale conosco!
kulturzeitschriften@goethe.de



Revoltas 1968… e quarenta anos depois

Revoltas 1968… e quarenta anos depoisTrópicos adentroApropriações da cidadeRealidade?De mundos entre os mundosReligiãoFutebolTerritórios do barrocoComer e ser comido
Pesquisa

Signos da "guerra revolucionária"
Argentina, 1968. Frente a reconstruções retrospectivas que harmonizam o Maio francês com a Primavera de Praga e as rebeldias latino-americanas, é preciso restituir os relevos ásperos e contraditórios desse tempo histórico. De Hugo VenzettiLeia mais ... Construindo a autodeterminação

Sobre a revolta brasileira, a luta armada contra a ditadura e seus frutos tardios. De Maria Paula Nascimento AraujoLeia mais ... Rememorar uma revolta?


No outono de 2007 foi inaugurado na praça de Tlatelolco o „Memorial del 68“, um recorrido museístico e de multimídia pelas revoltas estudantis, antes que elas fossem sufocadas no dia 2 de outubro de 1968, terminando num massacre sangrento. De Anne HuffschmidLeia mais ... Democracia no país e democracia em casa


Embora a discriminação formal da mulher na política e na vida pública tenha sido quase que eliminada na maior parte dos países da América Latina, as estruturas patriarcais continuam sendo um empecilho para uma verdadeira igualdade entre os gêneros. De Barbara PotthastLeia mais ...

Muxe: o terceiro sexo
Justo no México, “país do machismo”, há uma localidade que se distingue nitidamente de suas cercanias: é Juchitán, a cidade com mais do que dois sexos".

Por Veronika Bennholdt-ThomsenLeia ...

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Contatos com o autor, para palestras, debates e compra do livro:
luizlyr@gmail.com

Novo blog:
http://luizlyr.blogspot.com

sábado, 11 de julho de 2009

Deborah Brennand-Poemas



Cecília
Costa


Deborah Brennand, 80 anos de poesia
11/10/2007


!Vivendo e descobrindo, sempre. Quando estive em Porto de Galinhas, recentemente, para participar da III Fliporto, na tarde de sábado, uma senhora, muito bela, com cabelos brancos amarrados e rosto expressivo, estava autografando seu livro "Poesia reunida", de mais de 700 páginas. Tratava-se de Deborah Brennand, a esposa do pintor e escultor Brennand.

Todo mundo, aqui no Sul Maravilha — que atualmente não é tão maravilhoso e mitificado quanto no passado, tantos são os problemas que nos cercam, tão graves quanto os do Nordeste — conhece Brennand e costuma, quase que obrigatoriamente, visitar sua casa e ateliê nos arredores do Recife, ao fazer um passeio turístico pela cidade que nos legou tantos poetas, artistas e escritores, banhada pelo Capiberibe e pelo Beberibe. Mas acho, lamentavelmente, que são poucas as pessoas, no Rio e em São Paulo — e eu me incluo entre elas, até há cerca de dez dias —, que sabem que Deborah Brennand é poetisa, tendo criado versos fortíssimos, de luxúria e lamento, enquanto cuidava de seu maridinho, filhos e netos, e de seu Engenho São Francisco.

Já que muito do que se passa no Norte e no Nordeste não ecoa, infelizmente, nas demais capitais do País. Territorialmente, somos grandes demais, talvez, o que faz com que as trocas e intercâmbios muitas vezes se percam no meio do caminho.

Por isso, eu considero muito importante a iniciativa do Governo de Pernambuco de ter aceitado a idéia de professores e pesquisadores da Universidade Federal do estado, ligados ao Grupo de Trabalho Mulher e Literatura, de reunir num livro os sete livros de poesia já publicados por Deborah Brennand, com a obra sendo um marco comemorativo de seus 80 anos. Entre as pessoas envolvidas no projeto, destaco o aluno bolsista Márcio de Oliveira, que estudou os poemas da grande poetisa pernambucana ao longo do segundo semestre de 2006 e escreveu o posfácio do livro; as professoras Luzilá Gonçalves Ferreira e Lucila Nogueira, que estão sempre a tentar quebrar o silêncio que envolve o trabalho literário das mulheres, e Flávio Chaves, Diretor da Companhia Editora de Pernambuco.

O tomo, com uma capa requintada em tom sépia e uma maravilhosa imagem angelical de Deborah na juventude, dentro de um oval, pode, apesar de sua beleza gráfica, assustar um pouco, por ter ficado extremamente pesado. Mas seu conteúdo, para quem ainda não teve a oportunidade de se aproximar da visceral lírica desta senhora, dona de voz poética muito pessoal e peculiar, é uma revelação. Rubra como a seiva de nossas veias, atordoante e dourada como o sol, triste como a mais negra solidão. Nele, estão reunidos os seguintes livros: "O punhal tingido ou O livro das horas de Dona Rosa de Aragão" (1965), "Noites de sol ou As viagens do sonho" (1966), "O cadeado negro" (1971), "Pomar de sombras" (1995), "Claridade" (1996), "Maças negras" (2001) e "Letras verdes" (2002). Contém também alguns ensaios, abrindo os livros, como o de Roberto Alvim Corrêa e Ariano Suassuna.

Acho que o melhor que fazemos, no caso de Deborah Brennand, uma octogenária cheia de vida, obcecada pela passagem do tempo, a prisão da alma e ventanias, é deixar sua poesia, doída e sanguínea falar. Por isso, vou transcrever aqui dez poemas.


Prisão

Vencendo muros de pedras
Flameja do sol o brasão
Ó real castelo em dia aceso,
Ó ruivas folhas do soberano verão
Ó tempo não apertes a corrente
Do meu sonho já agonizante
Crestada é a terra e perto
Deságua um rio de sangue
Na pastagem morta

Do meu coração


Cruel mensagem

Morto foi o sonho de um jardim
Por um verão servil, de cruel mensagem
E eu vi raízes, a vida agonizando,
Na lâmina acesa de um punhal.

Os musgos, as heras, as papoulas,
Manchavam a grama seca.
E lírios, junto ao sangue das rosas,
Magoados eram o pasto

De cavalos alheios e famintos.


Réplica de uma descendente
holandesa ao poeta César Leal

Se cheguei ao teu país, bem mereci.
Por mais que ocultes, domei perigos.
No mar pesado, em leves caravelas,
Minha pele feri nas lanças do teu sol.
A floresta brava, as facas nativas
Mataram em vão a aventura da minha raça
E, do ancestral sangue, quase desfeito,
Ressurge ainda, entre flores escuras,
A rosa nobre, alva e sucular.


Igual a mão

Velhas cortinas de renda
Por sonhos bordando brasões
Agulhas trançaram ouro e linha
Em sombras fugazes de flores
Fantasmas de um morto verão.

Cobrindo vidraças, embaçando a vida,
Escondes desvarios, alucinações,
Olhares perdidos de condessas
Caminhos ocultos na distância
E o vento forte, agitando o pano

Com a rudeza de sua mão.


Que será de mim?

Sol de fogo, luz rubra de medo.

Brilham verdes mil ramos de folhas.
O mormaço espanta vôos de sombras
e no sítio surge o canto da graúna.

O céu se queima em nuvens,
mas, nos canteiros de um jardim,
rosas saúdam o vento com pétalas
E o longe se vê agoniado
e de salsas roxas enlaçado
nos arames farpados da cerca.

Sol de fogo, luz rubra de medo,
se os montes tropeçam o que será de mim,
perdida, indo neste vale aceso?


De amarelo

Hoje devo me vestir de amarelo:
espantar os olhos negros da solidão,
tal a luz do girassol de ouro dourado
que abre pétalas iluminando nuvens.

Quem saberá (nem ela mesma) o artifício
usado para enganá-la? Sonhos? Jardins?
Não digo. Hoje me visto de amarelo
e vou, nos ramos, entoar da ave o canto.

Quero espantar olhos de solidão
que vem das grutas e abandona montes
para comer a relva rubra do meu coração.
Mas hoje, de amarelo, espantarei a fera

Fugindo, à procura de outra vítima:
Quem sabe, a mata?


Sempre

Assim, além da cerca, eu espero,
O quê? Não sei. Espero.
Embora só o vento chegue
todo arranhado, em gemidos,
caindo e já sem sentidos

Jogue aos meus pés as folhas secas.


Não é crime

O degredo das flores
da umidade da mata
para uma varanda acesa
em arcos verdes

É permitido.

Atar os ramos em sombras?
e desatá-los na colina
ou varrer as cinzas de fogueiras
Na clara tarde de março

Ainda, ainda

Mas aquele pássaro voltando
querendo entrar na gaiola
já do lado de fora, do lado das rosas
é uma afronta às nuvens e à brisa.

Assim, matá-lo não é
Crime.


Luto

Quem, vestida de negro, olha o mar?
No ombro, uma rosa de seda
agüenta a raiva do sol sem murchar.
Mas, um resto de vagas,
suja de sangue alvo
as quilhas dos barcos
amarrados em outra primavera.


Você prometeu

As vigas da casa
vão ser de aroeiras

polidas sem fim

Há sob as telhas
morcegos e aranhas

em traves puídas.


Depois, na multidão,
você me expôs de roxo.

Todos viram.

Ninguém disse:
— Esta não é a sua cor

E eu de vez entristeci.

Você esquece promessas:
ia erguer uma fonte

Jorrando céus


E nas lajes carcomidas
O pátio se alarga de vazio.

Na certa, ainda diz:

Ela é assim
Sabe viver sozinha.

Mentira

Agora mesmo me visitam
pombos, guinés, andorinhas

Que bela companhia.

(Página da ABI enviada por Lucila Nogueira, com os poemas , que recebi de Delanieve Daspet, embaixadora de Poetas del Mundo, no Brasil-em 26/10/2007 )

ABI (Associação Brasileira de Imprensa) - Rua Araújo Porto Alegre, 71 - Rio de Janeiro-RJ - CEP 20030-012 - Tel. (21) 2282-1292

Portais e Portais, aldravas-Clevane Pessoa









Amigos marianenses:Lázaro Barreto ,Poeta e escritor-mor de Divinópolis,MG comenta os poemas sobre portas e aldravas, escritos para os amigos aldravistas de Mariana, a primaz mineira..

Em:

http://www.clevanepessoa.net/blog.php

http://jornalaldrava.com.br



29/10/2007 01h12
Portas, Portais, Porteiras...Aos aldravistas de Mariana, MG


Porta Nova em Casa Velha

Clevane Pessoa de Araújo Lopes


para JB Donadon-Leal,
que coloca gênero novo em poiesis antiga: portas, portais, porteiras...

na madrugada de 15/09/2007
(Do novo livro em construção, Portas, Portais e Porteiras)

Porta & Aldrava
(Para Gabriel Bicalho, diretor do jornal Aldrava, que sabe bater à porta da Poiesis)
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
A Aldrava crava sons cravos na espess ura da porta.
Sons agudos, sons c avos na tessit ura da aorta
-a veia maior, a que acompanha a sonância
da sístole
da diástole
e mesmo da extra-sístole
-aquela a mais.
Ansiedade
de
desconhecer quem virá
atender
e

de que forma será tratado, destratado, esperado
ou expulso - seja anjo ou demo
pura demonstração
de que, monstro ou puto de igreja
nem sempre, por detrás da porta
esterá aquela pessoa que se deseja.

A porta é uma aorta
que conduz o medo do degredo
e a esperança sem limitações.

A aldrava é uma vaga espécie de sino
com muitas formas diversas.

Há quem bata de qualquer maneira.
Há quem tenha aprendido a bater
e acalmar a ansiedade.

E alguns sabem quando ir embora,
sem demora,
por pura precaução.
E muitos, fogem em diparada
por medo de assombração.

A aldrava, impávida, estática,
somente entra em ação
se a toca qualquer mão...

Enfrenta o tempo impassível
e não decodificável.

E per/dura, dura guardiã,
século após século.
na madrugada de 15/09/2007
(Da série, Portas e Portais)

Portas e Portais
(Para Déia Leal- Andréia Donadon Leal-cujos olhos de pintar e as mãos de vi/ver, sabem das diferenças)
Clevane Pessoa de Araújo Lopes


Nunca se sabe o há que atrás de uma porta,
se um príncipe encantado, se a Moura Torta,
se a vida continua ou se a Morte já entrou.
A expectativa faz o coração galopar,
corcel de ventania, salamandra de fogo,
-ser bem ou mal recebidos, que importa
se todos os dias, a soleira não se lava,
mas se for lavada, a mesma entrada será?
Atrás da porta, uma mesa posta, uma mala feita,
o falso carinho, a afeição genuína...
Bater, campainha ou aldrava,
com os nós dos dedos,avisar
da chegada, no momento preciso.
Chegar e abrir, um ato de coragem
desapercebido e necessário,
no cotidiano dos vivos, sinais...

Aos que partem para a outra dimensão, portais...

em 15/09/2007, Madrugada (1:45h)

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Nos filmes antigos de castelos e duendes a imagem da aldrava brilhava na escurridão ambiente, prenunciando os adventícios horrores e terrores que, em vez de nos horrorizar e aterrorizar, nos encantavam pelos auspícios, prenúncios e indícios de esclarecimentos de tantos mistérios que habitavam(e habitam) nosso subconscinte. Louvor, pois, ao poema de Clevane, louvando o movimento literarios aldravista de Mariana, que logo no início de seus portais já elimina os elementos mórbidos do filme de terror, para descortinar o que há de mais fúlgido e belo dentro dos castelos de sonhos e venturas de antigamente, onipresentes no clima marianense. Parabéns a todos! Lázaro(*)

O amigo Lázaro Barreto,grande prosador e poeta mineiro de Divinópolis

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Querido amigo Laz:atualmente, o que vc escreve, é uma espécie de remedinho , para alegrar-me com suas doses de luz...
Obrigada;
Cle

Essses poemas foram publicados na antologia Poetas do Brasil, organizada por Ademir Bacca, do Proyecto SUR-Bento Gonçalves.

Imagem: flutuante.files.wordpress.com/.../aldraba2.jpg

A imagem pode ter direitos autorais.

Veja abaixo a imagem em: flutuante.wordpress.com/2009/01/

"Aldrava ou aldraba, do árabe ad-dabba"

Poetas amigos falam sobre gatos, Nara Leão e assuntos afins.

clevane pessoa de araújo lopes
para Marco Aurélio Lisboa

data27 de outubro de 2007 10:49

assuntoNARA/// Trovas
enviado por gmail.com





Rs...O Everi Carrara do telescópio, ainda a cultua.Eu era comparada com ela por ser magrinha e de joelhos redondos, cabelos lisos e pretos...rss...Voz pequenininha...Muitas trovas e poemas no NUME(*) sobre isso...Qdo achar, enviarei.Se achar, mudei tanto,que apesar de guardar TUDO, nem tudo chegava ao destino porque os embaladores detestam "papel" e usam para embalar, calçar embalagens,ou jogam fora...
Mas gosto muito ,principalmente,da pessoa forte que Nara foi e da forma que se posicionou contra a ditadura, enquanto outros se acomodaram.
Vc já viu, no site do Everi, sua musa? Ele instituiu o troféu Nara Leão, que foi entregue em Montevidéu, no começo deste ano.
Tomara que vc e Wal possam ir a Mariana em dezembro, pois gosto de meus amigos "inteligentes' por perto, vcs, Brenda, os aldravistas....Rss...O que mais me irrita em eventos é a mesmice, a caretice ,a vaidade ridícula, o egocentrismo , a inveja etc,etc,etc...Há tempos, ando decepcionada com o ser humano.O tio da Karina, minha nora, que é um daqueles gêmeos escritores,os Leos , escreveu "Os TERES Humanos"(em vez de serem, querem ter)...
A taquicardia é que tem me prendido e a md mandou ficar "de molho", pode ser labirintite, mas penso que não é.
Mandou ficar longe da internet, mas hoje, entrei ...rss
Abrs:
Clevane

(*)NUME:Núcleo Mineiro de Escritores, onde tomei posse aos vinte anos, em Juiz de Fora.


Em 27/10/07, Marco Lisboa escreveu:

"Eu vou gostar muito de voltar à Mariana. Dezembro é um mês que tem a agenda cheia: formaturas, festas, etc.,então é preciso que você nos avise com antecedência. Eu gravei o especial da Nara em DVD. Eu estava naquele show que ela fez em 77, na Praça Tiradentes, com o Dominguinhos. O Fagner apareceu para dar canja. O nome dos shows era quarta seis e meia, salvo engano. Ela foi a minha musa inatingível, aquela garota que a gente sabia que nunca ia conseguir namorar, mas era o meu ideal. Abração


clevane pessoa de araújo lopes escreveu:

Marco:

Obrigada, amigo...
A trova dos gatos pardos ficou escrita sem o último verso, daquela série que eu te disse haver escrito sobre eles.Há um , onde o bichano está em telhado de vidro e não achei rima adequada ao contexto , então, vou mudar...Depois te mando a seleção.
Seus haikais felinos também devem estar lindos.Qdo for publicar meu livro de trovas, vou dedicar as da gatolândia a alguns amantes dos felinos, vc e Wal ,entre eles.
Gosto de observar gatos e pássaros, inestimável ´presente da natureza...
Não vou ao Rio, não fui à Lagoa do Nado..
Vou acabar virando ermitã...
Brenda e eu temos um compromisso de apresentação em Mariana, em dezembro(ela apresentará o Poemachine, que levou a Chicago e Paris), então avisarei vcs, mas desta vez quero ir um dia antes ou sair um dia depois, para visitar tudo.Viajar com alguém , mexe menos com meu inconsciete, que deve ter registrado:mãe saiu, morreu de acidente.Marido voltando, morreu de acidente...Conscientemente, não tenho medo, mas perto de viajar, somatizo...Então, como foi da outra vez, irei com Brenda e talvez fique mais fácil.
Ontem vi o revival com Nara leão e lembrei muito dos Anos 60.Já não se fazem jovens como antigamente...
rss...
Abrs:
Clevane


Em 27/10/07, Marco Lisboa escreveu:

Aquele trova dos gatos que são bardos é antológica. Também gostei muito da imagem:asas de rosa engastadas em cetim. Os felinos são o resultado mais perfeito da seleção natural. Dentro de cada gatinho mora uma pantera que é preciso ser poeta para ver. Eu adoro ficar olhando os seus movimentos, a sua incrível precisão. Eles são poetas em tempo integral. Abração.

clevane pessoa de araújo lopes escreveu:

26/10/2007 19h27
Trovas de clevane
Marco:
Gislaine Canales pediu-me dez trovas para seu cadastro de trovadores de Poetas del Mundo e mandei .Para vocês, hoje,as quatro abaixo :


TROVAS



Gato pardo e belicoso
Arqueia o corpo robusto,
Projeta as unhas,raivoso
Vira um puma no seu susto

Clevane

.
Gatos à noite são bardos
E miam versos para a lua
Dizem que então ficam pardos
parecem da cor da rua...

Clevane Pessoa

04/01/2006

Pessoas bem carinhosas
Sentem apreço por mim
Porque tenho asas de rosas
engastadas em cetim.

Clevane


Não padeço de ousadia,
Comedida,pés no chão,
Encontro muita alegria
Nos vôos da imaginação.

Clevane


Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 26/10/2007 às 19h27

Belo Horizonte-Clevane Pessoa




Belo Horizonte


Quando João Paulo I veio a Belo Horizonte, nos Anos 80, exclamou, em Português sobre o "Belo Horizonte" da capital mineira. Tempos depois de sua vinda, as rádios ainda faziam ouvir essa exclamação, com sotaque.

A idéia de uma cidade planejada foi encampada por grupos ligados à cafeicultura, das Zonas da Mata e do Sul de Minas que batiam de frente com os ligados às regiões e ações das mineradoras.

Logo no início do Regime Republicano Brasileiro, a cidade foi criada no espaço conhecido por "Arraial do Curral Del Rei", escolhido pelo presidente Afonso Pena, que hoje empresta o nome à Avenida central da cidade, que sobre até a cita serra, região mais fria e de onde se divisa os muitos prédios, os aglomerados habitacionais e o horizonte.

No parque das Mangabeiras, ao pé da cita serra, um belo pulmão verde, com flora e fauna típicos, sobe-se num pequeno ônibus até ao mirante, onde se tem a impressão de poder tocar o céu e de onde a capital é admirada por turistas e moradores apaixonados.

Há, no centro da cidade, o Parque Municipal, ao lado do decantado "Palácio das Artes", de onde a vida artístico-literária acontece. Há cinema, teatros, jardins, salas de exposição e todo um complexo que permite o atendimento a gostos variados: da música clássica, óperas à popular, saraus, dramaturgia, lançamentos de livros, enfim, um belíssimo, moderno e funcional point de convergência para os aficionados. Alguns artistas e poetas costumam dizer que lá é sua casa, onde lancham, almoçam, trabalham e se divertem e tomam banho cultural.

A Prefeitura Municipal mantém vários espaços em pólos distintos, em especial bairros mais distantes, clamados "Centros de Cultura", onde um leque de opções se apresenta a comunidades e seus públicos de diversas faixas etárias e de interesses.

Sempre houve forte pressão política e das elites mineiras, para que a cidade planejada para ser a capital do Estado tivesse autonomia político-administrativa.

No planejamento inicial, a cidade seria abraçada por um anel, a Avenida do Contorno, mas o crescimento acelerado fez com que, a capital mineira, cercada de distritos e bairros adjacentes não existentes na planta original, formasse o que hoje é denominada "A Grande BH", mas ainda, porque a cidade não comportou uma zona de industria pesada e então, através de decreto (em 1941, de número 770), criou-se oficialmente a "Cidade Industrial".

No centro da planta original, há a "Praça Sete, que não tem características tradicionais de "pracinha", com flores e verde e sim, é um espaço urbano, circular, para onde convergem o traçado das ruas paralelas e onde cruzam duas grandes e importantes avenidas: a Afonso Pena e a Amazonas. Exatamente no centro, fica um monólito, obra a que o povo denominou "Pirulito". Os esotéricos também acreditam que sobre ela, existe uma cidade paralela, de outra dimensão, espiritual.

Próxima, fica a igreja São José, que faz parte da história de movimentos e reivindicações dos belorizontinos, por exemplo, o grande movimento nos Anos 80, para que mulheres não fossem assassinadas por traição, os cônjuges beneficiados por uma situação chamada "crime em legítima defesa da honra", livres de cumprir pena. O movimento "Quem Ama Não Mata" logrou êxito.

Na região de Venda Nova, fica um local aprazível, maravilhoso, com árvores seculares e sete nascentes, chamado Lagoa do Nado. Aí funciona um dos Centros de Cultura mencionados. A Lagoa propriamente dita é muito bela, com tartaruguinhas, patos e gansos. Das árvores serradas para a construção de alguns imóveis necessários ao funcionamento de teatro, sala mult-meios, bibliotecas, parte burocrática, etc, o artista Mestre Tibhau esculpiu cabeças grandes, onde estão situadas miniaturas de favelas, em singular interpretação da interação humana com aglomerados urbanos. Os troncos esculpidos permanecem enraizados no solo. No espaço funcionam saraus poéticos, apresentações teatrais, dança, mostras de telas, danças ,musicais, pode-se ensaiar, assim quais os malabaristas, os equilibristas, os mestres de fantoches, etc. Um verdadeiro atrativo para os jovens, crianças, idosos.

O bairro da Savassi agrega vários movimentos populares, possui livrarias, restaurantes e cafés, é local de encontro de poetas e escritores, artistas. Os vivos, os mortos em forma de estátua. Lá foi lançada a mais recente revista literária, a 10 Faces, cuja entrada era uma banana devidamente selada. Dos adolescentes aos idosos, é um ponto público de encontros e ações.

Um dos passeios mais agradáveis é chegar-se à beira da Lagoa da Pampulha, onde existe o Complexo Arquitetônico criado por Niemayer. O famoso arquiteto, depois um dos magos da criação de Brasília, a convite de Juscelino Kubitscheck, à época prefeito em BH, trabalhou em conjunto com o paisagista Burle Max, com os escultores Zamoiski, Ceschiatti e José Pedrosa, além do píntor r muralista Cândido Portinari.

Esse complexo arquitetônico marcou a fase, a nível mundial, da Arquitetura Moderna, porque, principalmente, Niemayer gostava de linhas curvas. Ele afirmou:

"Não me atrai a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem.
O que me atrai é a curva livre e sensual que encontro nas montanhas de meu País, no curso sinuoso de seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher perferida.
De curvas é feito todo o universo. O Universo curvo de Eisntein"...

A Igreja de São Francisco, baixa e doce qual um bombom, redonda qual um ventre grávido de mulher ou um fértil ventre de montanha, na Minas Gerais tão rica de minérios, pedras preciosas, criou muita polêmica, em especial para os tradicionais, em busca de torres altas e pé direito altíssimo. Cândido Portinari a decorou com a imagem de um São Francisco sério, perante todas as responsabilidades civis de uma nova capital, painel azul de azulejos – há não muito tempo, a Igreja foi escolhida símbolo da cidade. O fundador da Ordem dos Franciscanos convive serenamente com a imagem de Iemanjá que emerge das águas atestando o sincretismo religioso brasileiro – ela representa Nossa Senhora da Conceição, para os católicos, que assim, aceitavam os deuses africanos.

Para a Lagoa da Pampulha conflui a população para a queima de fogos do reveillon, para a maratona internacional , aos sábados para a Feirinha de artesanato e a criançada para o parque Guanabara, onde a montanha russa e o carrossel são uma tradição.

No momento, estrela de um novo tempo, é o Boulevard na Praça da Estação, agora um pólo de apresentações artísticas e literárias bem perto da antiga Serraria Souza Pinto, onde acontece a feira do livro, que vai ser Bienal.

Neste ano de 2007, comemora-se o centenário de Oscar Niemayer, e eu, que em novembro, serei agraciada pelos 50 anos de luta pela Poesia, com o Colar de Mérito da Câmara Municipal de Belo Horizonte, fiquei encantada em saber, ao receber a comunicação, de que o patrono da solenidade será justamente ele. Alegria e honra adicionais, pelo poeta das formas arquitetônicas.


Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Poeta Honoris-Causa pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa para oito países lusófonos, Representante do aBrace na capital mineira.
Belo Horizonte, MG, novembro de 2007 - Brasil

Este texto foi publicado na recista Internacional aBrace e escrita a pesodo dos diretores, Roverto Bianchi e Nina Reis.

2º Concurso de Haicai Masuda Goga






2º Concurso de Haicai Masuda Goga


A Associação Cultural Nikkei Bungaku do Brasil, em parceria com o Grêmio Haicai Ipê, promove o 2º CONCURSO DE HAICAI “MASUDA GOGA”, aberto ao público em geral, com o objetivo de divulgar o haicai.

Masuda Goga (1911-2008) foi mestre de haicai em japonês e português. Jornalista, escritor e artista plástico, ajudou a fundar, em 1987, o Grêmio Haicai Ipê. Em 2004, recebeu o “Masaoka Shiki International Haiku Prize”, por seu esforço na divulgação do haicai no Brasil.



Definição de Categorias




Infanto-juvenil: participantes de até 14 anos de idade
Adulto: maiores de 15 anos


Condições de participação




Cada participante poderá inscrever apenas um haicai, inédito e de sua própria autoria.
Para os efeitos deste concurso, entende-se por haicai o poema composto por três versos (5, 7 e 5 pés métricos, ou próximo disso), citando obrigatoriamente um dos temas do concurso.
Os trabalhos devem ser escritos em língua portuguesa.
A simples participação no concurso, mesmo que não ocorra a classificação, implica na aceitação das condições aqui estabelecidas.
Os participantes classificados concordam em ceder, de forma irrevogável, os direitos autorais do trabalho apresentado, sem nenhum ônus para os organizadores, que dele poderão fazer uso sem consulta prévia.
Fica vedada a participação de membros do Grêmio Haicai Ipê ou da Associação Cultural Nikkei Bungaku do Brasil, organizadores do concurso.
Os trabalhos inscritos não serão devolvidos.


Temas




O participante deverá escolher apenas um dos temas aqui propostos, elegendo-o para assunto de seu haicai.



Festival do Japão (Festival de cultura japonesa realizado anualmente em julho)
Ipê-roxo (Árvore cuja floração se dá durante o inverno)


Instruções para inscrição




A inscrição poderá ser feita tanto pelo correio como durante o 12º Festival do Japão.



Pelo correio: Em uma folha branca tamanho A4, imprima ou datilografe o haicai. No rodapé da folha, escreva seu nome, categoria (infanto-juvenil ou adulto), endereço postal, telefone para contato e email. Coloque em um envelope e envie para:


Assoc. Cultural Nikkei Bungaku do Brasil

A/C Concurso Masuda Goga

Rua Galvão Bueno, 805, Térreo

S.Paulo, SP

01506-000



Durante o 12º Festival do Japão: No formulário de inscrição disponível no estande da Associação Cultural Nikkei Bungaku do Brasil, preencha os dados solicitados e escreva o haicai no espaço correspondente. Introduza o formulário preenchido na urna do Concurso de Haicai “Masuda Goga”. O 12º Festival do Japão realiza-se durante os dias 17, 18 e 19 de julho de 2009, em São Paulo. Maiores informações: www.festivaldojapao.com.


Prazo de entrega




O prazo para entrega dos trabalhos encerra-se no dia 03 de agosto de 2009 (segunda-feira), valendo como prova de cumprimento de prazo o carimbo dos Correios ou o formulário entregue durante o Festival do Japão.



Seleção e julgamento




Os haicais serão avaliados por uma comissão julgadora composta por membros do Grêmio Haicai Ipê.
Os melhores trabalhos serão classificados até o 5º lugar em cada uma das categorias.
A decisão da comissão julgadora é irrecorrível.


Premiação e Divulgação




Cada classificado receberá, como prêmio, um diploma e um exemplar da revista Brasil Nikkei Bungaku.
Os classificados serão avisados, preferencialmente, por e-mail, e, na falta deste, por telefone, até 30 de setembro de 2009.
Os resultados serão divulgados pela internet, no endereço www.kakinet.com/bnb.
A cerimônia de premiação será realizada durante o mês de março de 2010, na cidade de São Paulo, em dia, horário e local a serem estabelecidos.
O classificado que não comparecer à cerimônia de premiação receberá o prêmio pelo correio.
Os ganhadores do 1o Concurso (2008)



Informações




Pelo email bnb@kakinet.com



Sobre a Associação Cultural e Literária Nikkei Bungaku do Brasil




Fundada em 1966, a Associação Cultural e Literária Nikkei Bungaku do Brasil (www.nikkeibungaku.org.br) é uma entidade sem fins lucrativos, cujo objetivo original era a promoção da literatura em língua japonesa produzida no Brasil. Recentemente, almejando uma maior participação da sociedade brasileira, passou a promover também a literatura escrita em língua portuguesa. Publica, com três edições por ano, a revista Brasil Nikkei Bungaku, onde divulga trabalhos em prosa e poesia de seus colaboradores, em japonês e português. Tem sede em São Paulo.



Sobre o Grêmio Haicai Ipê




Fundado em 1987, o Grêmio Haicai Ipê (www.kakinet.com/ipe) é a primeira associação de poetas brasileiros dedicada a estudar e praticar o haicai, pequeno poema de origem japonesa. Tem sede em São Paulo, onde se reúne mensalmente. Seus membros participam ativamente de iniciativas de promoção e divulgação do haicai em língua portuguesa, assim como da tradução e do estudo do haicai japonês.

Este artigo foi publicado em 11/07/2009 à(s) 8:55 e está arquivado na categoria Concursos.

Fonte:
http://www.kakinet.com

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Poesia feminina, Tortura e Vinho-Clevane Pessoa




Créditos das fotos dos muros da Casa da Poesia, de Yeda Schmaltz, são de Masé Soares, autorizadas pelo filho da poeta.E por ele, por e-mail, para mim , para uso sobre a mãe.

Yeda Schmaltz







http://www.clevanepessoa.net/blog.phh


07/11/2007 10h56
Poesia feminina, Tortura e Vinho...



Meu amigo, o grande, grande Poeta Lázaro Barreto, anda, do alto de sua jovem e ativa vida literária ,que soma mais de sete décadas, encantado, com a poesia da mulher, hoje, pois ela se permite apurar, decantar e descrever sua emotividade e sua sexualidade aberta e corajosamente.Tempo houve em que os sentires femininos-até seus orgasmos-eram descritos por homens.A ousada Sapho foi banida para Ilha de Lesbos.Eu, depois que entrei no promeiro "enta', comecei a livrar-me das pesias das antigas normas:moça não pode, não deve, não precisa...

E comecei a colocar em versos,. toda a beleza do erotismo.Continuo detestando pornografia, poique ela, para mim, não é bela, nem excitante.E amo a beleza, desde pequena.Justamente, pos não saber o que fazer com ela, virei poetisa, para melhor descrevê-la e retê-la em meu baú de pau-d'angola.

Na Internet, chamou-me a atenção a vibração de gênero da nossa amada Yeda Schmaltz, tão amada que morria enquanto fazíamos versos (ou, enquanto morría fazíamos Poesia?) para ela e por ela, quais fiéis a orar em igrejas e repassávamos seus poemas, como se fossem mantras.

Yeda falava bananas, verduras, bombons de licor .Dela, Lázaro leu versos em algumas das minhas referências a ela, e encantou-se com o título de um dos seus livros : "Baco e Ana Brasileiras" .Alusão deliciosa às "bachianas", talvez balzaqueanas, lobos e lobas, Villa -Lobos.Perguntou-me onde comprá-lo.Eu não sabia.A poeta morara em Goiás.

Tempos depois, Masé Soares que faz meus PPS e parece saber o que desejo para as imagens e midi, mandou me contar que , ao dar suas caminhadas, passava na Casa da poesia, assim chamada por ter os muros pintados com versos.Fiquei feliz ao saber que ,pertinho dela, estava a casa onde morara a sensual Yeda(ainda mora, pois poetas não morrem , não enquanto sua poesia é lida, dita, declamada, sentida, falo num poema) .Masé, que é um furacão de energia, disse-me que para fotografar esses muros, com sua máquina digital.Contou-me que o filho, Cristino, reside lá.

Foi lá, marcou uma entrevista sobere a mãe e, tempos depois, trouxe-me o e-mail.Ele não é muito de Internet, mas correspondeu-se comigo o suficiente para eu encomendar os livros da mãe, ele ainda tinha alguns.Autorizou publicarmos versos e fotos.Mandei-lhe o pedido do Lázaro.
O certo é que , numa tarde, estávamos em meu terraço a tomar vinho , pouco antes antes do almoço, Neuza Ladeira , sua filha Luiza , Wilmar Silva e eu.
Wilmar lia meu poema Trinta Anos sem Wlado.

Antes, eu escolhera, para meu evento "Poesia é Ouro "em março deste ano, organizado pela impecável e charmosa Karina Campos (*), os versos de "Alegoria da Tortura",poema, que saiu no número 3 de Estalo,a revista ,na página ao lado de desenho meu , a bico-de-pena,onde represento a tortura de um jovem,tem lá sua carga de dramaticidade, pede uma intepretação magnífica qual a sua.Nos Anos 60, atuando em jornal , a gazeta comercial de Juiz de Fora,em plena Ditadura e depois, no consultório, enquanto psicóloga, ouvi muitos relatos de tortura e, nesses versos, sintetizo muitas delas.

Mas acabei por optar por "30 Anos sem Wlado", no Roda ao Mundo 2006 , antologia organizada anual e já tradicionalmente por Douglas Lara, de Sorocaba que faz parte do Recanto das Letras e que fora publicada lá e aqui no blog, , na terceira década do assassinato do jornalista. O Poema que fora publicada aqui, no Recanto das Letras, na terceira década do assassinato do jornalista Wladimir Herzog.Na época, houve uma reação forte, de comoção, recebo centenas de e-mails.

.Esse poema, "Alegoria da Tortura ",que saiu no número 3 de "Estalo, A Revista" ,na página ao lado de desenho meu onde represento a tortura de um jovem,tem lá sua carga de dramaticidade, pede uma intepretação magnífica,qual a do editor, poeta e performer Wilmar.Já o li em sarau da estalo, com Luiz Lyrio, no Restaurante Cozinha de Minas, que nos ofereceu espaço ..


A opção por Trinta Anos sem Wlado resultou numa leitura de arrepiar.E realmente, pessoas choraram, em especial os jornalistas.Em especial a jovem jornalista do cerimonial ,Luciana Campos, que à custo, continha as lágrimas,para que não escorressem no lindo rosto.
Mas como venho parar no assunto tortura, se falava de poesia feminina erótica? Freud explicaria.Psicóloga ,poetizo, analiso :o título de um dos muitos livros de Yeda Schmaltz, é " Baco e as Anas Brasileiras".Baco, o deus do vinho e do prazer, tocador de flauta.Em meu livro Asas de Água há um poema sobre ele.Sobre Cristo a tranformar água em vinho....Associações psicanalíticas...

Tudo porque recebi, pela manhã, o poema abaixo (em azul), de Gaya, a doce e combativa (coisa de mulher, conciliar extremos!) Rozélia Scheifler Rasia, de Cruz Alta, RS, que preside a ALPAS XXI ( * ). A versejadora fala de doces de abóbora em forma de coração- invenção feminina, já se vê, a guloseima - e em calda de romã para descrever e comentar os solavancos do destino...Confiram abaixo que beleza e depois,leiam Yeda.Para que continue entre nós...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Poeta Honoris Causa pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa, para 8 Países Lusófonos.
(*) Karina camposm,musa de meu filho Gabriel, ao saber que a dançarina e intérprete, não poderia comparecer, leu ela prórpia, com muita graça e acompanhada ao violão por músico da banda Chévere, meu poema "Dançar é Escrever com o Corpo", oferecido à Companhia de Dança Contemporânea de Évora, Portugal,.


Belo Horizonte, 07/11/2007




Solavancos *

Rozelia Scheifler Rasia

Desenhei teu nome
em doces corações de abóbora.

Queimei os dedos em rósea calda de romã,
esculpi solidão no contraverso do espelho.

Retemperei medos e traumas,
reavivei perdas e sonhos.

Fiz salada com lágrimas do destino,
tomei ilusão em copo de nuvens.

Vesti mapas de saudade,
descobri no teu sorriso que a vida mentiu.

Brinquei de rei-rainha e pega-ladrão,
pesquei dourados em águas barrentas.

Cuspi sementes de pitangas
nos olhos das lembranças

Reinventei chuva e esperança
com gotas de fel.

Vida, metamorfoses, caleidoscópio,
amores, saudades, caminhos
música, magia, destino:
morte.

Se tua palavra fosse profecia,
Seriam estéreis os solavancos do destino.

Poesia publicada na Coletânea Somos Letras – ALPAS XXI – Cruz Alta – RS
Yêda Schmaltz (*)


1
Rasgo a língua em pedaços:
este amor e as palavras
sangram.
Coisa cheia de vida,
a linguagem: vinho.
Venha.
********










2
E as tuas mãos tão brancas,
lindas, minhas
e inalcançáveis.
Um sonho colorido:
esta vontade de tocar a bruma do ar
e de despir
o meu vestido.
********









3
Música, iluminura,
cavalos, bois e mulas,
flâmulas da infância.
Epidemia sem argumento,
fermento, as peles se eriçando:
inundação, dilúvio.

********









4
Perto do meu peito ele suspira.
Sorrimos um pro outro, a sós no leito
e nos entendemos, (oh, eleito!)
alma e corpo penetrados,
no reino da loucura e da mentira.

********









5
Quando o arco do ccelo vibra as notas
e eu me selo em ti,
na angústia de sê-lo.
Quando o arco do ccelo vibra as notas,
cavalgo flores de seda
nos teus pêlos.
Amo-te ao som de tímbales e sinos,
na alucinada canção
desses versos latinos.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx









6. OFERENDA

Veio, no cheiro do tempo,
este tempo molhado
com pingos vermelhos.

Veio da terra sulcada,
na rosa de sangue
que não vai murchar.

Veio, no vento inconsútil,
nas asas do sonho,
no imo de mim.

Veio, no tempo das flores,
dos corpos salgados
de brisa e de mar.

Veio da pele sulcada,
o amor feito rosa
que eu quero te dar.









8. CONOTAÇÃO

Lápis-lazúli,
eu acho bem chic escrever
— é cor azul de se derreter.

Meu estigma de ser
envolvida por signi-
fi(n)cados.

O que você não diz
tem profundeza demais:
um raio de sol esfiapado.
********
Bilíngüe

Ó, meu Lorde, me leve para a Ásia,
quero Shiva.
Há todo um Festival
In My Heart, que assim escrito,
fica bem mais bonito
que No Meu Coração.

Me leve para a Ásia,
me chame de Gu Quin,
estou tão alone,
tão moon,
tão no silêncio de um bamboo!

Me leve para a Índia
e elefantes;
livre-me da prisão
desta caneta de Nankim.

Ó, meu Lorde, music!
E um: ai!
Gold in my body, man!
E trompetes and brushes.
E violinos.
Fly.









9 - SABER O AMOR

I

Saber o amor.
Saber o doce favo
em mel
se arrebentando.

Saber o travo
e o cravo e
o fel
se acumulando.

Saber o amor
sabendo a graça,
calor e frio;
o tempo, a traça
e a desgraça.

Saber o amor
— eu gosto! —
sabendo o gosto
da maresia dos olhos
escorrendo até
a boca.

II

Amor, uma aurora,
um desgosto,
um sol posto.
Amor: amora
negra e doce
que esmigalha
e escorre
e evapora.

Saber o amor
na boca — sabor
sabendo a sal
somente:
líquidos-amor.

(Cálice inafastável,
corpo e alma
esvaídos,
vinho e sangue,
hóstia em ofertório:
pão-meu-corpo.
— Inscreve meu nome
no Teu livro
e meu espírito!)

III
Saber o amor:
tocá-lo, pesá-lo
como se fosse palpável
a forma
que me cabe
informe.
Sabê-lo incabível,
impossível.
Saber o amor enorme.

Saber o amor
no tempo
e contá-lo em meses,
anos, vida e morte.
Saber do amor
a História.
Saber o amor
sozinho
e neurótico.

IV
Saber o amor
é se tornar pequeno
e se doar sem troca
— saber o amor
é oferecer.
Mas não se trata
de oferecer a boca
por saber
sabor de amor
e nem a castanha
entre as coxas
saberá do nós.
Saber o amor
é aquela unção
muito maior:
de nós, os fios
envolvidos,
ligados aos planetas;
estrelas em nós e luz
e sóis se acumulando.
Saber o amor:
O Cosmos.

Yêda Schmaltz



( * ) Tive alguns arquivos perdidos e os livros estão bem no alto da estante , suspensa na parede de meu quarto...Com a "cervical de renda", depois da queda, não posso jogar a cabeça para trás e olhar para o alto, sem pagar o preço da dor a posteriori.Então, valho-me do antigo e excelente "Jornal de Poesia", do Soares Feitosa, onde, na Revista Agulha, capto versos (rapto versos?) de Yeda snchmaltz....
Sei que o poeta soberano da palavra cearense não vai e importar.Aliás, seu site foi o primeiro a abrigar subsites de poetas convidados (inclusive eu, maravilha!), com direito a exposição de poemas, dados biográficos e até fortuna crítica (até hoje não enviei, de meu baú de pau d'angola,essas preciosodades que nos en/cantam a alma).Sem cobrar nada.Tudo feito com atenção e carinho, bom gosto e veracididade.
Visite:

http://www.revista.agulha.nom.br
http://www.secrel.com.br



E fecho com uma das minhas, que ofereço ao Lázaro, colecionador :


Indeléveis traços


Na cosmografia do corpo
Há traços indeléveis
De carinhos invisíveis
Entregas plenas luminosas
e recusas indevassáveis...
há gemidos calados
e soluços reprimidos...
há erosões camufladas
e arrepios apagados...
há canções maravilhosas
para os outros, inaudíveis...
No corpo que parece calado
Estão escritos do amado
-Sejam puras ou indecorosas
somente podem ser decifradas
as palavras de um amante
por quem conhece as fadas
as feiticeiras do bem
e a chave do segredo
nas mãos da alma retém...
Para os demais,
Hieróglifos estranhos
Mas para quem o Amor viveu,
São marcas d"água,de banhos
Tomados lentos a dois...


Clevane Pessoa de Araújo Lopes
(29092002-BH-MG)
Erotiquinha
Quando gozogozo,
bêbada do uso-ozo
com gosto de anis,
grito,arfo,fremente.

De mim mesma,corro.

Por um triz,não morro.

Eu,pequena bacia d'água.
Você,chafariz



Mais textos em meu Diário(blog):
http://www.clevanepessoa.net/blog.php

clevane pessoa de araújo lopes

Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 07/11/2007 às 10h56

Feed back da poeta e artista plástica Graça Campos:

"Clevane,

Essas "Mulheres Formosas, Senhoras dos Versos tão mágicos, profundos ...
São belíssimos os poemas... Toda essa poesia feminina é deliciosa!

(Indeléveis Traços, me encantei!)
Um abraço
Graça Campos"

Clevane Pessoa entrevista João Evangelista Rodrigues


JOÃO EVANGELISTA RODRIGUES - ARCOS (MG)



João Evangelista Rodrigues, 55, nasceu em Arcos (MG), na cabeceira do Rio São Francisco. Jornalista, escritor, compositor, fotógrafo e poeta. Autor de livros como "O Avesso da Pedra",( 1981) "Mutação dos Barcos" ,( 1989) " A Oeste das Letras" ( 1999) e "Transversias", ( 2003), folhetos de cordel, tendo , ainda, participado de várias antologias. Como compositor, é parceiro de Paulinho Pedra Azul, Téo Azevedo,Gilvan de Oliveira, Pereira da Viola, Joaci Ornelas, ZÉ Neto, Cid Ornellas, Rubinho do Vale, Zé Baliza , entre outros; Formado em Filosofia e Jornalismo . Foi diretor da Casa do Jornalista , Diretor Secretário Geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e Superintendente de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais. Atua como agente cultural, com particular interesse pela cultura popular. Atualmente é professor de Legislação e Ética em Jornalismo na PUC Minas Arcos, na qual exerce o cargo de Coordenador do Curso de Jornalismo e Gestão da Comunicação Integrada.

Este texto é da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE, com uma pequena adaptação.

Clevane entrevista João Evangelista Rodrigues:

1)QUANDO A POESIA ENTROU EM SUA VIDA?E A FOTOGRAFIA?

Bem, a primeira vez que senti vontade de escrever um poema, tinha 14 anos. Mas a poesia mesmo, acho que esta me acordou bem mais cedo com o cantar dos galos e o cnato dos pássaros. Nasci na roça , em uma pequena fazenda dp interior de Minas. Aprendi bem cedo a liberdade do rio e do vento. Foi assim que resisti a todas as tentativas de domesticação, não deixei me metrificar nem pela escola , nem pela família nem pelas outras formas de condicionamen to. Depois voltei a escrever aos 18 anos e , daí para frente, nunca mais parei. Vida e poesia andam juntas em mim, em cada coisas que faço e penso, mesmo quando, aparetemente, não estou pensando nela ou a ela me dedicando.Poesia é uma forma de ser.Uma visão de mundo. Forma de sentir e de se manifestar verbo-voco-visual. É solidariedade e comunhão com os seres, pessoas e todas as coisas do planeta.Do cosmos. Já a fotografia, esta veio mais tarde, com a quase cegueira eo desejo de pegar as formas, as cores de maneira mais concreta. Foi a corporificação das imagens poéticas. Da poesia para a fotografia só tive de aprender a manejar o equipamento.Tudo são maneiras de escritas.De mergulhar no mundo e revelar seus contornos e abismos mais sutis.

2)SENDO COORDENADOR DO CURSO DE COMUNICAÇÃO DA PUC DE ARCOS MG, COMO VC CONCILIA AS ATIVIDADES ARTÍSTICO LITERÁRIAS (FATOR TEMPO) À PRIMEIRA?

Acho que se dependesse de tempo e de conciliações , a poesia já teria me abandonado.Sou péssimo amante, um namorado afobado com as atribulações e caprichos do mundo. Mas descobri que a poesia me amava e , desde então, procuro me dedicar a ela sempre que posso.Nos intervalos.Acho mesmo que a a vida que vale a pena é vivida nos intervalos, nos vieses, nos estreitos dos dias da existência curta e demorada que a vida assim tão tragicamente transitória.Fotografo a poesia.

Diria que procuro fazer de cada poema uma foto e de cada foto um poema.Pelo menos é o que tenho tentado fazer.

É esta luta que me tem mantido vivo.

3)DENTRE SEUS LIVROS HÁ ALGUM ESPECIAL?

Talvez o que escreverei algum dia. De verdade mesmo, gosto de todos, cada um a seu tempo, a seu modo, por razões as mais diversas. É através de um que chego ao outro. Penso , como Jorge Luis Borges, só exista um livro , todos os demais são formas especulares, simulacros, sobras em espelho embaçado. São os livros que conseguimos realizar, por isso, acho importante amá-los , mesmo imperfeitos.

E AGORA,(APENAS SE QUISER FALAR DESSA CIRCUNSTÂNCIA, OK?)O QUE TEM SIGNIFICADO PARA VOCÊ TER PROBLEMAS DE VISÃO E DEDICAR-SE TÃO BRILHANTEMENTE ÀS CHAMADAS DE SUAS VOCAÇÕES(MÚSICA, TEATRO, LITERATURA, FOTOGRAFIA?)NO MUNDO ATUAL, ALGUNS FOTÓGRAFOS VÊM REALIZANDO TRABALHOS INCRÍVEIS, APESAR DA DV(*).VOCÊ TEM ACOMPANHADO ESSA TRAJETÓRIA?

Passado o susto inicial e o período de adapatação levo uma vida normal. Até gosto de ver as coisas distorcidas, meio incompletas.Afinal é assim mesmo o conhecimento humano. Aprendi muito com a promessa de cegueira- tinha trinta anos e estava concluindo o curso deJornalismo na PUC Minas e já havia feito o curso de Filosofia : descobri que era limitado e que precisava conviver com esses limites. Depois foi me acostumando com as noramas formas de ver e de agir , de esgueirar-me por entre as quinquilharias do mundo.As burocracias e os meandros dos podres poderes são mais tortuosos e traiçoeiros. Recebi muita solidarieade de amigos e, com isso, nem no dia que foii ao oculista e que fiz a sirugira deixei de escrever.Comecei a ir m ais ao teatro, às palestras, às apresentações muisicais.A conversar mais com as pessoas. Descobri as formas das coisas, passei a me deter mais nas formas, nas cores, na textura.Descobri, enfim, que tinha ouvidos, olhos , tato e paladar.

Mais tarde descobri Jorge Luis Borges, Milton.Reparei que vários escritores importantes eram ou ficaram cegos e , portanto, resolvi que a vista não seria o problema.O problema mesmo era a escritura. O texto.

Resisti ao computador um pouco como quase todos de minha geração depois descobri nele enermes possibilidades. Assim, vi nele um aliado. Leio muito todos os dias.Se a letra for pequena amplio tanto na tela do monitor quanto no papel através de xerox.Às vezes tiro xerox do livro inteiro.Compro , tiro xerox ampliado e leio.Adeus direitos autorais, mas , pelo menos neste caso , a razão é justa.,

Não ´é por acaso que existem vários verbos para designar os atos da visão: ver, enxergar, intuir e olhar. Quer souber ler que leia.Tenho acompanhado sim e acho legal que as pessoas se mostrem como são e não se envergonhem e não se excluam por si mesmas. Precisamos mesmo abrir as janelas todas da alma e ver de corpo inteiro a corporificação transfiguradora e tranasfigurada de tudo que nos rodeia.

É preciso esclarecer, entretanto, que , atualmente, minha visão pouco me atrapalha.Só mesmo se as letras forem muito pequenas ou condensadas, como adora as editoras ávidas por lucro .No mais faço de tudo ando de bicicleta- e muito – jogo , nado e corro . Cobro às vezes das pessoas arrogantes e auto-suficientes, daquelas que, por vários motivos, se consideram muito normais.

Um grande abraço.

João Evangelista Rodrigues

(JOAO,ESSA ÚLTIMA PERGUNTA,RESPONDA APENAS SE O DESEJAR, POIS SEI QUE A DV NADA SIGNIFICA EM RELAÇÃO À EXCELÊNCIA DE SUA OBRA)...

UM ABRAÇO CORDIFRATERNO, DA CLEVANE

(*)DV:Deficiência visual

clevane pessoa de araújo lopes
Publicado no Recanto das Letras em 12/10/2005
Código do texto: T58925

* Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autor e o link para o site "www.sitedoautor.net (Clevane pessoa de araújo lopes);
(www.clevanepessoa.net/blog.php). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Esta entrecista foi publicada ainda em http://www.paragonbrasil.com.br/conteudo.php?item=2338

João Evangelista Rodrigues-Estatuto manifiesto Por una Pedagodia Viva de Libertad


De meu amigo, fotógrafo, jornalista, poeta ,mineiro, que coordenava o curso de jornalismo em Arcos-MG - entre outras capacidades pessoais:


"Estatuto manifiesto por una
pedagogía viva de la libertad


“En el suelo árido la piedra no sabe instruírse
y si se instruyera no enseñaría nada;
allá no se aprende de la piedra: allá la piedra,
una piedra de nacimiento, entraña el alma.”
João Cabral de Melo Neto

recomienza por la piedra
por la piedra blanca
en la tumba de Cabral
la educación
lo que aquí se inícia
...
la piedra líquida
licuada en cal
en calma de río
en el Jordán
bajo la imposición de las manos
por el amor de otro Juan se bautiza

recomienza en la piedra la piedra la educación
João Evangelista Rodrigues
A los maestros, dedico:
Al educador brasilero, Paulo Freire, con quien aprendí la libertad de vivir y de leer /escribir el mundo con ojos críticos y creativos.
A Noêmia Teixeira Rodrigues, mi madre y primera profesora, educadora dedicada y ejemplar.
Considerando los principios de la Declaración Universal de los Derechos Humanos, y los derechos inalienables de los ciudadanos brasileros, garantizados por la Constitución de la República Federativa del Brasil de 1988, se crea y se divulga el presente estatuto:
Queda decretado:
Art. 1º Que la vida sea un don natural o el arte de vivir, una conquista permanente y no negociable Que todos los niños, jóvenes y adolescentes, todos los alumnos, de todos los niveles de enseñanza, tengan derecho a la libertad de expresión, de manifestar sus pensamientos, sus deseos, sus angustias, sus tristezas y alegrías delante de la vida, de la realidad de su país y de su escuela.


Art.2º Que el sol y la lluvia, el viento y las estrellas, los glaciares y los mares, ríos y las florestas pertenezcan a todos los hombres de la Tierra. Que todos los alumnos sean sujetos y ciudadanos del mundo, y que a todos sus derechos correspondan deberes, en un proceso mútuo de participación responsable, crítica y transformadora, por la construcción del conocimiento y defensa del patrimonio físico, espiritual e intelectual y de la memoria de la escuela en que estudian, de la sociedad donde actuan y del País donde viven.


Art.3º Que el sueño no acabó y la historia del mundo continúa siendo escrita. Que aún en tiempos de globalización, del adviento de nuevas tecnologías y de un neoliberalismo, temporariamente triunfante, y de crisis de los paradigmas científicos, éticos y estéticos, todos los estudiantes tengan derecho de pensar el mundo, de intervenir en él y de soñar con un futuro mejor para la humanidad.
Art.4º Que el Universo sea la casa del saber. Que la escuela deba ser un espacio confortable y agradable, propício a la construcción colectiva de la libertad y del conocimiento, a través de una convivencia respetable y de transferencias sinceras y justas entre sus actores – alumnos, profesores, gestores y funcionarios - y de los diversos saberes y sabores que en ella florecen.


Art.5º Que la palabra luz habite el mundo y mueva la vida. Que el aula no se restrinja a un cuadrilátero rígido y árido, pero que se expanda mundo afuera, para, generosamente, dar y recibir, de manera democrática y plural, superando la distancia entre teoría y práctica, las diversas formas de conocimiento, de arte y de cultura existentes en el vasto e inagotable campo del universo.


Art. 6º Que la oscuridad prometa fantasmas y al mismo tiempo realce más el brillo de las constelaciones. Que la palabra educación no florezca en la quinta del miedo. No pueda introducírse en su corazón, bajo cualquier pretexto, las causas del miedo, esto es, el propio miedo, protagonista de modelos pedagógicos técno burocráticos, en detrimento de una visión educativa ámplia e integradora, humana, viva y liberal.


Art.7º Que el hombre sea el artífice del mundo en que vive. Que el arte y la cultura, la poesía y el placer deban hacer parte de lo cotidiano de las escuelas, de la misma forma que el aire que respiramos, el agua que bebemos y los lenguajes a través de los cuales nos comunicamos.


Art.8º Que el mundo del lenguaje sea el plumaje, la razón y el vuelo de los pájaros. Que todos los alumnos tengan acceso a la información, al conocimiento, a la lectura, al arte y al diálogo franco, en un ambiente lúdico, constituyéndose como sujetos y agentes del proceso de enseñanza y aprendizaje, en un mundo amenazado por el individualismo, por la violencia, por la falta de ética en la política, por el desequilíbrio de poder en el campo económico financiero y geopolítico, por la destrucción del Planeta por el hombre y por el calentamiento global;


Art.9º Que la canción de la vida sea compuesta en sociedad y cantada por todos los seres tomados de la mano. Que la educación, en sus dimensiones de enseñanza, búsqueda y extensión, no sea tratada como mercadería, ni los alumnos, como clientes o objetos regidos por la ley del mercado. Que el acto educativo sea factor de construcción de la ciudadanía, de emancipación y autonomía de los estudiantes, empeñados en prepararse para la vida y para su inserción en el proceso productivo, cada vez más exigente, dinámico y competitivo, en escala mundial.


Art. 10º Que la vida valga por lo que conocemos y amamos. Por lo que descubrimos e inventamos. Que el sol pueda ser azul, o rojo, amarillo o naranja, conforme sea la imaginación, el sentimiento y la creatividad de quien lo admira y lo transfigura a través de los medios de comunicación y de cualquier otra forma de expresión – como cine, fotografía, literatura, reproducción de imagenes, teatro, música, Internet, grafitti, dibujo, dibujo humorístico, colage o pintura. Queda decretado que todos los seres de la tierra - animados o inanimados, todos los que andan, nadan, vuelan o rastrean y aún la piedra inerte - todos seamos hermanos y que todo merezca respeto y protección, de acuerdo con los principios y valores que rumbean la Ética del Cuidado. Todos habitamos la palabra Mundo, de todos y de cualquier mundo.

Que todos seamos más serenos y sensatos, más justos y sinceros, Que todos seamos felices.

João Evangelista Rodrigues
Jornalista, escritor e educador"

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Poemeto para Svetly destida de indiana




Svetly(*)

Essa lindeza de filhote de borboleta,
etérea e feérica,dança entre cores e sedas,
dourados e brilhos...
O olhar profundo circundados de cor preta,
produz sonhares que são filhos
da Índia plena de tradições ledas.

Clevane Pessoa

(*)A lindinha sorridente é filha do casal Anna e Alain de Paula, irmã de Leela.
Moram em Boston.

A mãe é da Bulgária.

Alain de Paula é mineiro de Belo Horizonte e escreveu o belo poema "Dança Indiana", da página imediatamente anterior a esta.

meu poemeto está ainda publicado em http://filhotesdeborboleta.com.br

DANÇA INDIANA-Alain de Paula


Alain de Paula
paraclevane pessoa

data26 de outubro de 2007 17:36
assuntoDança indiana . Alain de Paula


26/10/07



"Oi amiga,

vc esta super bem, fico feliz - pois a sua voz esta bem viva, seu semblante ainda tão forte ... o corpo trilhará seus caminhos, mas com observação e carinho - ele também entederá o seu lugar. Tenha um lindo fim-de-semana e não desapareça".

DANÇA INDIANA

no tremor alado do palco
deuses aparecem atentos
atraidos pelos gestos e olhares
presentes em sutis movimentos

e no brilho de jóias veneradas
com suas lendas e memórias
entregam de vez a sua graça
que espalha gratidão no tempo

na vida, a dança indiana
aproxima a terra do divino
pois a cada passo, uma graça
é concebida no reino dos céus

e nos rastros profundos
dessas seculares bailarinas
ve-se claramente que o mundo
ainda tenta encontrar uma saída

e assim, mostra ao universo
que ao espirito, apenas o fascinio
pode provocar um toque n’alma
e finalmente enxergue a sua luz

Alain de Paula
outubro de 2007

Clevane Pessoa entrevista Alexandre Santos


Alexandre:Conforme verá , vou perguntar mesmo o que já sei, pois talvez o leitor de outros estados ou Países não saibam.


Dados:
Nome, dn, naturalidade, profissão, estado civil,etc, cargos, e tudo que achar pertinente.

Perguntas;

1)Desde quando sente necessidade de escrever?

2)Há escritores em sua família?Isso o motivou?Sofreu alguma influência?

3)Possui algum momento certo para escrever,ritual ou sipertição?Ou escreve sempre que chega a inspiração?É sitemático ou livre nesse exercício?

4)Que livros já publicou?

5)A que atribui o sucesso de "O Moinho"?

6)O prêmio recebido o supreendeu?Quem versou para o espanhol?Esse livro, que será lançado em Havana, em fev/2008, refere-se a que Moinho(onde, em que época?)

7)Vc escreve poesia?Há mercado, em Pernambuco, para a poesia?Nos Anos 60, lembro-me de haver recebido "Antologia Poética do recife, com poemas de Jacy Bezerra,Joaquim Cardoso, Maria Lúcia Chiapetta, Alberto cunha Melo e outros e gostei tanto, que até hoje, sei alguns versos de cor, por exemplo:"A besta se gastou comendo o tempo" e "o cachorro vestiu-se no gemido", do Jacy.Se não me engano, foi em 1968 e publiquei muitos versos de pernambucanos no jornal ode trabalhava, (hoje extinto), a Gazeta Comercial- e fiz em casa de meus pais, uma vez, uma roda de leitura para que meus amigos mineiros conhecessem a verve de seus autores.
Vc considera que o nordestino,em geral é poeta, tem alma poética?E o pernambucano? A que atribui isso?Há muitos poetas na UBE/PE?

8)Qual o funcionamento da UBE/PE?Vc pertence a outras?Quais?

9)Depois do sucesso de O Moinho, tem outro livro em mente?É fácil conciliar sua profissão com o ofício de escrever?

10)Sua esposa, como vê essa sua face de autor?Ela também escreve?

11)Quais as medidas políticas de que o Brasil precisa tomar para empoderar os escritores nacuionais?Porque acha que a profissão de escritor e de poeta não é reconhecida, embora a de roteirista, por exemplo, o
seja (assim qual a de dramaturgo também não, embora a de ator o seja)?Os escritores nordestinos ou os permanbucanos têm algum plano de ação ,de demanda em relação ao MINC,em prol dessa "profissão:escritor" ou pretendem continuar exercendo-a paralelamente a outra?Há, no Estado, algum escritor que viva apenas de escrever ou poeta , de fazer versos?Qie pensa dos escritores terem um salário para poderem apenas escrever?

12Deixe umas palavras para os leitores do blog,ou mensagem para autor nacional


Alexandre, muito grata pelo tempo dispendido para responder a essas perguntas.É uma honra publicar a entrevista nos meus blogs e divulgá-los para minhas listas.

Responda apenas pas quais desejar responder, amigo.
Boa noite.
Clevane Pessoa de Aaújo Lopes

8)
Responder Encaminhar

Alexandre Santos para mim
08/10/07



Clevane,

Lá vão as respostas:

Nasci e fui educado em Recife. Depois de graduar-me em engenharia civil pela UFPE, cumpri os cursos de especialização em Transportes Urbanos e Trânsito na UFCE e de mestrado em Engenharia da Produção na UFPE. Atualmente, sou mestrando em Gestão Pública para o Desenvolvimento do Nordeste.
Iniciei minha atividade profissional no Denatran, em Brasília, tendo, em seguida, me transferido para a prefeitura da cidade do Recife, onde exerci diversos cargos, inclusive a secretaria-adjunta de Transportes e Obras.
Entre algumas condecorações recebidas, a que mais me orgulha é o grau de Comendador da Ordem do Mérito Capibaribe.
Além de filiações a entidades profissionais e sindicais, como UBE (União Brasileira dos Escritores), onde exerço o cargo de presidente; CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura), onde milito na Câmara de Engenharia Civil e presido as comissões de Ética e do Mérito, e Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco, sou membro do Instituto de Estudos Políticos e Sociais da Sociedade Pernambucana de Cultura e Ensino, Instituto Solidarista de Estudos Políticos e Sociais, onde atuo como coordenador de formação política, e, finalmente, do Clube de Engenharia de Pernambuco, onde exerço o cargo de Presidente.
Sou presidente da Academia de Artes e Letras do Nordeste Brasileiro e secretário-gral da Academia Brasileira de Autores Solidaristas.
Além de engenheiro da EMLURB (Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife), sou editor-geral do informativo ‘A Voz do Escritor’, semanário da UBE, vice-presidente da Associação de Ensino Superior de Pernambuco, membro do Conselho de Política Cultural da Cidade do Recife e do Conselho Editorial da Revista Mercado S.A.


1)Desde quando sente necessidade de escrever?

Acho que desde que nasci. Sempre fui um garoto muito solitário. Minha maior diversão era a leitura. Meus maiores amigos eram os personagens das revistas de quadrinhos. Eles me 'falavam' em linguagem escrita e era com esse tipo de linguagem que eu me comunicava com eles. De vez em quando eu escrevia ao lado dos quadrinhos, mandando recados para os meus amigos desenhados.


2)Há escritores em sua família? Isso o motivou? Sofreu alguma influência?


Minha mãe dizia que meu avô, Manuel Gomes de Abreu (que não cheguei a conhecer), era poeta. Mamãe contava que, às vezes, meu avô acordava no meio da noite e, para não perder a inspiração, corria para escrever vestido da forma como estava. No ramo paterno da minha família, temos o jurista Luiz Pinto Ferreira, grande escritor, membro da Academia Pernambucana de Letras.

Não sei, no entanto, se a presença de escritores na família tenha me motivado a escrever. Acho, mesmo, que foi minha relação de amizade com os personagens das revistas de quadrinhos.

3)Possui algum momento certo para escrever, ritual ou supertição? Ou escreve sempre que chega a inspiração? É sitemático ou livre nesse exercício?

Não tenho um momento certo para escrever. Na realidade, hoje, com as minhas inúmeras atividades, escrevo sempre que tenho tempo.


4) Que livros já publicou?

Foram muitos. Incluindo os livros de política, economia, administração e literatura artística, já foram publicados 21 livros (Os retirantes, A inevitável primavera; Teoria do Valor; Economia & Poder; Solidarismo: O Brasil para todos; Subsidiariedade econômica: a opção decisiva; O desenvolvimento integrado dos campos; Em debate; O debate continua; O fim do ciclo liberal; O direito ao trabalho remunerado; A face oculta do mercado; Curso básico de Matemática Financeira; Curso básico de dministração de Materiais; Curso básico de Avaliação de Projetos de Investimento; Manual de administração de pequenas empresas; O ato de produção; O moinho (publicado em Cuba, pelo Editorial Arte y Literatura, sob o título 'El molino');O attaché; Bastidores & Camarins; e G'Dausbbah)


5) A que atribui o sucesso de "O Moinho"?

O moinho é um livro que trata da eterna luta pelo poder, pelo controle político e econômico do planeta, num quadro de globalização. Talvez a identificação das pessoas com as situações vividas no enredo, talvez a atualidade das ameaças, talvez o tema, talvez uma combinação de tudo isso expliquem o sucesso alcançado pelolivro.

Hoje 'O moinho' não me pertence. Ganhou o mundo e cada um o interpreta de um jeito. Foram argumentos distintos, tomados por pessoas que circulam em ambientes completamente diferentes, que justificaram a concessão do prêmio de melhor romance em 2007 pela Academia Pernambucana de Letras (uma casa litarária convervadora) e a publicação do livro pelo Editorial Arte y Literatura do Instituto Cubano do Livro (uma casa evidentemente progressista).

'O moinho' está aí e cada um o gira como quer.


6) O prêmio recebido o supreendeu?

Eu acho 'O moinho' muito bom. Quando leio trechos de 'O moinho' tenho a impressão de que ele foi escrito por outra pessoa. E, aí, sou tomado de uma sensação contraditória, pois, de um lado, acho que 'O moinho' tem méritos para vencer qualquer concurso literário e, de outro, acho que eu, o autor, não estou ao nível dos prêmios que o livro recebeu.


Quem versou para o espanhol?

Com o título ‘El molino’, o livro foi traduzido para o espanhol por María de los Ángeles Rezk, uma especialista em lingual portuguesa que trabalha na Universidade de Havana.


7)Você escreve poesia?

Nos últimos anos, premido pela falta de tempo, comecei a escrever poemas. Num estalo, me entregava ao instinto e deixava a pena falar por mim. Como conseqüência desta 'técnica' surgiram os poemas que compôem o livro G'Dausbbah, lançado no ano passado. O poema 'G'Dausbbah' é um épico que, numa perpectiva otimista, trata da velha luta entre o bem e o mal, envolvendo demônios, anjos e tudo o que eles representam.


Há mercado, nem Pernambuco, para a poesia?

Pernambuco, como todos os Estados do nosso querido país, vive em permanente crise. Por falta de dinheiro, as pessoas não conseguem adquirir aquilo que gostariam. Assim, sem medo de errar, afirmo que Pernamabuco é um campo fertil para a poesia e para os poetas, mas não para se vender poesia ou qualquer outro tipo de arte. Não por falta de público, mas por falta de dinheiro no bolso das pessoas.


Você considera que o nordestino, em geral é poeta, tem alma poética? E o pernambucano? A que atribui isso? Há muitos poetas na UBE/PE?

Todos nós temos em nosso interior um artista. Uns, por timidez, mantêm este artista preso, privando a sociedade da beleza que poderia estar solta, animando os ambientes em que circulam. Outros, por temperamento, o soltam. Aqui, no nordeste e, em especial, em Pernambuco, as pessoas têm mais facilidade de liberar o artista que anima a nossa alma. E, então, surgem poetas em cada esquina, em cada bar, em cada mercado. Na atualidade, assistimos, ao lado dos poetas tradicionais, o surgimento de uma nova geração de artistas, embalados por novas expressões como o chamado 'novo repente', a poesia experimental, a poesia visual e a poesia marginal, que se inspira nas diversas faces urbanas.

Embora conhecida como 'A casa do escritor', a UBE bem que poderia ser chamada 'a casa do poeta'. Temos, entre nós, muitos poetas. Poetas de todos os tipos. Dos que cantam a cidade e dos que cantam o sertão. Dos tradicionais, que seguem Bilac, e dos pós-tudo, que chegam a criar novas linguagens. A UBE é um caldeirão de literaturas e de literatos, sempre prestes a explodir e apresentar ao mundo novidades além da imaginação.


8) Qual o funcionamento da UBE/PE?

A UBE tem um funcionamento básico fincado projetos literários próprios, apoio a entidades e projetos literários externos e suporte a atividades correlatas. Entre os projetos literários próprios, destacam-se 'A ficção em Pernambuco' - projeto realizado desde novembro de 2005 em parceria com a livraria Saraiva, que consta de sessões mensais oferecidas no Espaço Manuel Bandeira, no Shopping Center Recife, em homenagem à obra de um autor pernambucano ou, excepcionalmente, de autores de outros estados nordestinos - ; 'A arte e a cultura em Pernambuco' - projeto realizado dedes março de 2006 em parceria com a livraria Cultura. Consta de sessões mensais oferecidas no auditório daquela livraria, no Shopping Paço Alfândega, em homenagem à obra de um autor pernambucano ou, excepcionalmente, de autores de outros estados nordestinos - ; 'Quarta-às-Quatro' - projeto participativo idealizado pelo poeta Vital Correia de Araújo, que, desde março de 2003, em eventos semanais abertos ao público às [como o nome insinua] 16h00 das 4ª feiras, reúne escritores de todos os gêneros literários nos jardins da UBE, em saraus abertos a todos os interessados, com temática livre. Entre as entidades e projetos literários apoiados pela UBE, se destacam o 'Café com Poesia' - projeto literário da Assembléia Legislativa de Pernambuco, que, desde março de 2007, vem tendo o apoio da UBE-PE em sessões mensais que, intercalando homenagens à obra de autores vivos e mortos, valoriza escritores pernambucanos -; e a 'Oficina de Carrero' - Oficina literária oferecida pelo acadêmico Raimundo Carrero na sede da UBE-PE desde 1996.


9)Depois do sucesso de O Moinho, tem outro livro em mente?

Sempre tenho dois ou mais livros em gestação. No momento, embora tenha dado prioridade a minha tese de mestrado (Uma abordagem da Economia de Comunhão como estratégia para o desenvolvimento local), há um romance intituldo 2020 em andamento. Espero concluí-lo no próximo ano.


É fácil conciliar sua profissão com o ofício de escrever?

Tudo é uma questão de prioridade. Trabalho e lazer. Lazer e trabalho. Procuro transformar o trabalho em lazer e vice-versa.


10)Sua esposa, como vê essa sua face de autor? Ela também escreve?


Minha mulher me deixa pensar e escrever. Administra as contas da família e tudo o mais. Não sei se conseguiria escrever se não fosse ela. Ela não escreve. Fala e, algumas vezes ,num estilo que classifiquei como 'reprimendas poéticas"


11) Quais as medidas políticas de que o Brasil precisa tomar para empoderar os escritores nacionais?

Para completar o círculo da literatura, há a necessidade do escritor ser acompanhado pelo leitor. Assim, a primeira coisa que devemos pensar num projeto de fortalecimento dos escritores é criação de uma país de leitores. Para isto, muitas providências devem ser adotadas, desde as campanhas de incentivo a leitura ao aumento radical do número de bibliotecas públicas, passando pela redução do preço dos livros, etc. Se lidos, os escritores naturalmente ganham poder. Este é um processo que deve ser acompanhado por uma série de medidas que visem, de um lado, descentralizar os núcleos de decisão (atualmente são extremamente concentrados no eixo Rio-São Paulo), e de outro estimular a criação de esquemas de distribuião dos livros.


Porque acha que a profissão de escritor e de poeta não é reconhecida, embora a de roteirista, por exemplo, o
seja (assim qual a de dramaturgo também não, embora a de ator o seja)?

Este é um dos místérios que passam ao largo da minha modesta capacidade de compreensão do mundo.

Os escritores nordestinos ou os pernambucanos têm algum plano de ação, de demanda em relação ao MINC, em prol dessa "profissão: escritor" ou pretendem continuar exercendo-a paralelamente a outra?

No momento, estamos exercendo algum tipo de pressão no sentido de democratizar a Câmara Setorial do Livro e da Leitura do MinC, que, de forma contraditória ao espírito anunciado, concentra todo o poder decisõrio do organismo na região sudeste. Entendemos que, enquanto esta questão não for resolvida, não há como resolver as demais.

Há, no Estado, algum escritor que viva apenas de escrever ou poeta, de fazer versos?

Confirmando a regra de que 'ninguém vive de literatura', existem algumas excessões. É o caso do poeta Jessier Quirino que, sendo arquiteto, prefere ganhar a vida com literatura.


Que pensa dos escritores terem um salário para poderem apenas escrever?

Esta é uma tese interessantíssima, que se enquadra no espírito da renda universal. Há, em Pernambuco, um instrumento de subsídio a personalidades e entidades culturais consideradas 'patimônio cultural vivo' que beneficia uns poucos artistas.

12) Deixe umas palavras para os leitores do blog,ou mensagem para autor nacional

Nossa responsabilidade é muito grande. Temos que fazer da nossa arte e da nossa capacidade de influenciar pessoas uma tricheira de defesa da palavra. Não podemos deixar que as palavras sejam manipuladas para atender a interesses espúrios. Não deixar que elas sejam usadas de forma irresponsável para que assumam significados diversos dos seus, de modo a confundir as pessoas em sua boa fé. A bela palavra LIBERDADE, por exemplo, que significa o oposto de cativeiro, indicando o direito das pessoas fazerem ou de não fazerem aquilo que esteja ao seu gosto, não pode ser usada em contextos limitados ou para designar a condição de pessoas cativas, acorrentadas pelas angústias da vida. Este, talvez, seja o maior desafio dos escritores.

O SOM DE NEGROS EM CUBA ,de Lázaro Barreto, respondido com Onde um dia a montanha foi mar,de Clevane Pessoa






Publicado por Telescopionegro / POESIA ...
10/10/07





Lazaro Valentim dos Reis Barreto





Puxa vida! Você foi ao nó da questão, fazendo da leitura uma escritura melhor...
10/10/07

O poeta,pesquisador e Lazaro Valentim dos Reis Barreto escreveu-me , quando respondi a um de seus poetas com outro:



"Puxa vida! Você foi ao nó da questão, fazendo da leitura uma escritura melhor do que a própria leitura: Sinto-me pequeno diante de sua estatura. Você, que fica entre nós, pequenos grãos de areia, tem que ascender ao limbo e de lá despetalar suas flores que, quem sabe, frutificarão dentro de nós.
A gratidão do Lázaro".


Em 10/10/07, clevane pessoa escreveu:
-
POESIA DE LÁZARO BARRETO:

"O SOM DE NEGROS EM CUBA (*) - Lázaro Barreto

Quando chegar uma das luas cheias de teu olhar
ao som dos nativos de Cuba no Caribe
irei a teus lábios
escalando teu corpo de formas emboscadas.
Quando os pingos da água na folha do inhame
forem rosas de maio de doze pétalas cada
irei a teus lábios.
Irei a ateus lábios
pelos cinco caminhos da beleza de teu rosto:
os olhos, fontes de auréolas
o nariz dos merecidos beijos
os lábios que comprimem e reviram
os dentes de imprecisas romãs
a língua, pétala clitórica, fita de palavras
imprevisíveis.
Irei a teus lábios.
Sempre digo que irei a teus lábios,
ó lenitivo das horas montanhosas!
ó manacá na serra das hortênsias!
Sempre a ler a caligrafia das rugas rubras
irei a teus lábios.
A seguir as incisões da água e do vento na pedra
(esse livro de folhas coladas)
irei a teus lábios.
sempre digo que irei a teus lábios
no calor temperado de folhas verdes. "

(*) – Paráfrase do poema de Federico Garcia Lorca.


Poema publicado na Coluna Cultural http://telescopio.blog.terra.com.br/

E respondi, metaforicamente:

Onde um dia a montanha foi mar...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Os dedos do poeta que escreveram versos
em corpos marcados de poeira e amoras,
compensados pelo cheiro impossível dos impedimentos.
Molharam-se na maresia das praias desertas e jamais dantes
percorridas pelos os róseos pés aquecidos ao sol intenso...
Criaram ,com as suaves unhas, hieróglofos em forma de cunhas
para que quando as asas do tempo trouxessem viajantes do futuro,
e então aquele amor estranho e intenso de amantes
fornecesse matéria abstrata para o código abstrato,
os estudiosos se perguntassem se era plausível, possível,concebível,
que se amasse tanto assim, através dos dedos da alma,dos dedos das mãos
já antigas quando tudo começou e deixou signos e signais...

Mar, não existe nehum mar agora,e apenas atrevidas, erguem-se as montanhas,
as montanhas fartas ,verdes e sensuais das Minas Gerais,
que escondem nos seios e nas ancas , nos ventres misteriosos e grávidos,
tais segredos ancestrais...

E eu, que ao ler os versos do poeta, passo a língua e encomprido os olhos sensuais,
quero ouvir sua voz, e pensar que foram escritos para mim, esses poemas embalsamados:
juro que têm gosto de sal e de algas, de sol e de estrelas -do -mar,
gostos de praias e peixes , os mesmos cheiros e sabores que ,por atavismo ,teimosos,
guardam-se na concha resguardada entre minhas pernas bambas,
a aguardar, séculos após, que desenhes novas letras e rimas no meu corpo
e que com tua língua antiga e sábia, o sal e o calor lambas,
em busca da pérola nacarada que resgatarás da leve espuma
para o prazer sutil e absoluto,para a riqueza acumulada em tempo de espera...

Na montanha , houve mar,em priscas eras, onde amaste outras mulheres
mas quem se guardou inteira para o equinócio da primavera
e preservou rosas esverdeadas e cheias de ondas, salgadas e perfumadas
fui eu, para teu gozo, musa de teu sonho, de tua luxúria, de tua im/paciência...

Por isso, leio tua Poesia magistral e catártica,plena de códigos para mulheres de outrora
e acredito, entre ingênua e buliçosa,que escreveste ,mesmo sem saber,
para que eu a lesse e entendesse, decodificassa e repondesse, um dia...

BH, 10/10/2007

E voltei a escrever-lhe:

"Meu Deus:Que fortuna crítica mais rica! Saiba que eu já o vejo sempre, no Olimpo das Letras brasileiras. ..
Há pouco , lia as cartas de Alphonsus para seu filho João Guimaraens.O escritor agia e era reconhecido como tal ,como poeta-mesmo ele morando em Mariana, a pequena cidade primaz de Minas.Hoje somos "também" poetas, "também escritores", com nossas outras profissões a garantir o pão.Ele era Juiz ,nomeado, mucicipal, pobre-e por ter catorze filhos, precisava do dinheiro da Literatura...



Poemeto

Ouvia
de olhos fechados,
via
os traços da foto,
a boca sorridente.
Presente.

Clevane pessoa

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Artimaña Producciones y Eventos




Fotos do blog específico do grupo:http://artimal.blogspot.com/





"Presentamos a Uds. nuestras propuestas artísticas,espectaculos de teatro de responsabilidad social para niños


ARTIMAÑA Producciones y Eventos somos un grupo de teatro independiente integrada por artistas profesionales provenientes de la Escuela Nacional Superior de Arte Dramático (ENSAD), desarrollando espectáculos teatrales para niños en temas como derechos del niño,valores,ecologia.
Presentamos a ud. algunos de nuestros espectaculos.

http://artimal.blogspot.com

-JUGUETEANDO :
TEMAS : VALORES,ECOLOGIA,DERECHOS DEL NIÑO
http://www.youtube.com/watch?v=qzzDqf5m3G4

-PIRATAS EN BUSCA DEL TESORO:
TEMA: LA AMISTAD
http://www.youtube.com/watch?v=40n5BU51PSY

AQUI ALGUNAS IMAGENES DE NUESTRA LABOR DOCENTE

http://www.youtube.com/watch?v=lMu7VtqYjDs
http://www.youtube.com/watch?v=PnP7R7OH6qg
http://www.youtube.com/watch?v=wMPanIbzRKk
http://www.youtube.com/watch?v=pVjFhf2Utbc
http://www.youtube.com/watch?v=9d6iiQ8KyDc

http://www.youtube.com/watch?v=PnP7R7OH6qg
http://www.youtube.com/watch?v=2w1Q9g-DVzM
http://www.youtube.com/watch?v=e2mMytkm-Ds



Atentamente
Arturo Zàrate Polanco
Artimaña Producciones y Eventos
Mimo, Clown, Zancos, Malabares, Titeres,Pasacalles,Hora Loca, Espectáculos, Juegos, Acroportes
Lima-Perú
333-1739 / 999835811 / 989796342
http://artimal.blogspot.com



LIMA-PERU



ADEMAS LOS INVITAMOS A PARTICIPAR DE EL PROYECTO EN EL CUAL ESTAMOS INVOLUCRADOS
"TIERRA ESPIRAL" CULMINA CON LA PUESTA EN ESCENA DESARROLLADA POR LOS 13 NIÑOS CON HABILIDADES ESPECIALES PARTICIPANTES DEL TALLER DE ARTES ESCENICAS ORGANIZADO POR LA GERENCIA DE EDUCACION CULTURA Y DEPORTES DE LA MUNICIPALIDAD DE LIMA.
EL ESTRENO DE "TIERRA ESPIRAL" ES EL DIA 21 DE JULIO A LAS 4 PM. EN EL AUDITORIO DEL ICPNA DE LIMA.
EL INGRESO ES COMPLETAMENTE LIBRE.
COMO LOS CUPOS SON LIMITADOS LOS INVITAMOS A RESPONDER A ESTE CORREO apyeventos@gmail.com CONFIRMANDO SU ASISTENCIA.
INDICANDO NOMBRE Y LA INSTITUCION A LA CUAL PERTENECE
GRACIAS
ARTURO ZÀRATE POLANCO
DIRECTOR DEL ELENCO "TIERRA ESPIRAL "
apyeventos@gmail.com
http://artimal.blogspot.com




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