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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Meu avô Poeta-Luiz Máximo de Araújo


No dia 02 de fevereiro, meu avô Luiz Máximo de Araújo, nasceu.Em Areias, na Paraíba.Filho de Francisco Máximo de Araújo e Contância.O pai era fazendeiro de fumo.Minha bisavó, de cabelos negros até aos pés sem cabelos grisalhos-no que lhe puxei-dizem que tinha gênio forte.Chapéu na cabeça, montava em animária ajaezada em prata e saía, chicote na mão, para comandar a plantação de fumo.
Meu avô fez-se viajor, poeta, jornalista.Acho que era rebelde, pois não ficou na fazenda.Bonotão, olhos enormes, participou da revolição de trinata e mamãe se lembrava dele com um lençovermelho no pescoço, preso pela aliança de casamento, O lenço era sinal da Aliança Liberal.Participou da Revolução de 30;Mamãe ficou ao colo do padrinho, o depois vice-presidente café Filho, seu padrinho,
E eu era a neta predileta, filha de sua caçula de nomerosa prole:a décima nona, com nome santo:Terezinha do Menino Jesus da Silva.
Anos mais tarde, ela se casa com outro filho da paraíba:meu pai, Lourival Pessoa da Silva, menina de quinze anos, grávida de mim , foi visitar os pais e soube que vovô estava "marcado para morrer".Gostava de verdade e justiça, além de Poesia e Política e mandara dizer que às tantas horas da tarde, num programa de rádio, iria den8unciar alguém corrupto.
Ela chegou e soube.Então disse a vovó,que rezava agarrada a todos os santos, que iria assiti.Fosse o pai morrer , queria estar perto dele.Pura coragem de adolescente.E depois de dizer toda a história prefressa do desafeto, emu avô perguntou, segundo mamãe contava:
-Então, onde está o tiro que iriam me dar?Estou aqui.Foi aplaudido pelas pessoa sque andavam por ali, umas curiosas, outras temerosas, alguns espais e muitos amigos.Apontaram barriga de mamãe, onde eu nadava , argumento inconteste para que ele resolvesse ir para casa.Deve ser por isso, que não suporto injustiças.
Quando eu era bem pequena ele chamava:
-"Chegue aqui, Clevane"- o "e" aberto da pronúncia nordestina.E começava a batucar versos metrificados, fazer-me repetí-los.Era trovador e repenbtista.Sentada ao colo dele, lembro de um cordel que estava escrrerevendo e me fazia repetir, para sentir o ritmo:
"Caro povo brasileiro,
me prestem toda atenção
essa é a história de um vaqueiro
que se passou no sertão.
Era um moço
pobre, de família honrada,
o seu pai também era vaqueiro
de uma família abastada(...)"

No ano passado, recebi um caderno dele cheio de poemas e sonetos de amor-para a esposa,Theófila Theonila Câmara de Araújo ,para os netos,para os filhos e amigos, que vou digitar e publicar.
Em Pouso Alegre, onde residiu por uns tempos,fazia trovas para minhas amigas, para as amigas de mamãe, quando íamos vistá-lo no bairro da saúde, onde tinha uma pequena chácara.
Todos os dias ele eu fazíamos caminhadas e ele tinha a maior paciência comigo, que parava a todo instante para colher florezinhas, galhos e pedras, no que sou qual minha mãe.Dele herdei os olhos, o amor pelo jornalismo e a dádiva da Poesis circunscrita à vida.Sua antiga máquina box de fotografia, livros de poesia,o amor pela Justiça no Mundo.

Meu abraço espiritual para esse querido avô poeta(*)...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes.

(*)Pedi a meu filho que escaneie algumas fotos dele, para que as poste aqui.

http://trovaspequenasnotaveis.blogspot.com

Pequenas Notáveis, gênese

Meu avô Luiz Máximo ,era jornalista e Poeta.Paraibano, da família Araújo,fazendeiro que cultivavam fumo.
Cedo, eu ouvia suas trovas.Ele era repentista e se via, por exemplo, uma mulher interessante, logo dizia trovas, sextilhas, fazia cordeis.Ensinou-me a metrificar de forma lúdica, então aos sete anos, eu já con feria para ele, o ritmo dos versos trovadorescos.

Há quase três anos, escrevi em meu blog de divulgação cultural (http://www.clevanepessoa.net/blog.php),que veio acoplado a meu "Site do escritor", feito pela Maximage(Patrick Flaner, do recanto das Letras), várias crônicas sobre o mundo trovadoresco e intitulei cada uma, numerando-as, de "Trovas, pequenas Notáveis"."pequyena Notável" era um epíteto dado à artista e cantora Carmen Miranda, a portuguesa que radicada no Brasil, foi depois levar a música brasileira aos estados Unidos, vestida de baiana estilizada, com grandes turbantes, balangandãs e berloques -e, por ser pequenina, usava saltos altíssimos de plataforma.Assim , homenageia-a ao sugerir que as trovas, quadras poéticas, podem valer muito.

Sei que intelectuais costumam franzir a testa para o mundo trovadoresco-por ser de rimas cruzadas e caber em forma pequena, a trova é de fácil memorização e , desde Portugal, muito usada popularmente para registrar o status quo,as ironias, o folclore,o lirismo...Mas fazer uma boa trova, não é assim fácil qual parece, embora, é evidente, há trovadores natos que as fazem sem obstáculos.Há a questão da métrica (são septissílabas, mas um verso ter 07 sílabas poéticas signmifica que a contagem termina na últuma sílaba tônica, o que atrapalaha os desavisados:contam "todas as sílabas'.Assím , a palavra pérola, se estiver em último lugar do v erso, será contada até ao "pé" apenas:
a amizade é qual a pé...

a a/mi/za/de é/qual/a/ pé(...)

E essa trova seria uma pérola mesmo, porque rimar com a palavra, céus, que tarefa, creio que impossível...Mas deixo aqui uma das minhas, completa, que faz parte da antologia "Trovadores do Brasil", de Aparício Fernandes-sobre quem escreverei depois, como exemplo:

O amor oculto floresce
qual rara flor, num penedo...
Perfume que remanesce
das delícias de um segredo...



Escrevi-a na adolescência e inspirei-me, creio, na edelweiss, flor que floresece na montanhas nevadas e,segundo a saudosa Margarida Bauer, mãe de minha amiga Renate,quando fomos assistir ,em Juiz de Fora, no Cine Teatro Central,a "Sissi, ou "Sissi a Imperatriz", um rapaz apaixonado escalaria e correria perigo, para apanhar uma edelweiss e entregar à amada.No filme "A Noviça Rebelde", Julie Andrews solta a voz privilegiada para cantar a canção para essa flor rara.

Então, a contagem é essa;

O a/mor/o/cul/to/flo/res...(ce)

qual/ra/ra/flor/num/pe/ne...(do)

per/fur/me/que/re/ma/nes...(ce)

das/de/lí/cias/de um/segre...(do)

Devem ter notado que quando vogais se encontram , formam uma única sílaba.apenas em casos de hiatos, conta-se em sepado---->>vi-ú-va

Lourivaldo Perez Baçan, fez um e-book que reúne minhas crônicas e relembranças sobre a trova:

AS PEQUENAS NOTÁVEIS - Memórias de uma trovadora Poesias 879 KB 17/04/06

Vc pode ler em

http://recantodasletras.uol.com.br/escrivaninha/ebooks/index.php

E também em Sokarinhos,E-books.

Down load gratuito.

Nos anos 60,a convite pessoal de Luiz Otávio, que foi à minha casa fazer o convite e pedir autorização a meus pais (velhos tempos!Eu já militava na imprensa de Juiz de Fora, MG),presidi a UBT/JF, que funcionava na sede do NUME(Núcleo Mineiro de Escritores).

A rosa vermelha é o símbolo dos trovadores.São Francisco de assis, seu protetor.O "Príncipe dos Trovadores Brasileiros", Luiz Otávio.

Ficha do e-book:

Título:
AS PEQUENAS NOTÁVEIS - Memórias de uma trovadora

Autor: clevane pessoa de araújo lopes
Formato: exe
Tamanho: 879 KB
Ano: 2006
Sinopse: "Clevane Pessoa fala de tudo isso e muito mais neste precioso e-book, em que chama a trova de 'pequena notável'..." (A. A. de Assis)

A.A.de Assis, premiadíssimo trovador,(reside em Maringá, PR) deu-me a honra de prefaciar "Trovas, Pequenas Notáveis".

No ano passado, abri o Jornal "Hoje em Dia, da capital mineira, que assino e li que uma palestrante ia falar sobre "Poesias Concretas, as pequenas notáveis".Na internet, tudo que se semai, dá frutos, embora nem sempre os poemas concretos sejam curtos!Sei, nada há de novo debaixo do sol eu própria fiz uma analogia,com Carmen Miranda, mas o viés foi de Música e Dança para trova.Também pode ser que a palaestrista apenas estivesse antenada com o Cosmos.Ou ,após ler alguma menção na Internet, a meu livro virtual, ele tem dido arquivado no inconsciente e tenha "saltado" quando precisou de um título.

Enfim...

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