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Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Lembrando Neruda
Arranham-me a alma
tuas patas de gato molhado
em névoa de mar...
Mas há versos teus
que são secos cactos
de deserto imenso...
E que dizer dos
que se engravidaram de chuvas
e molharam
minha terra ávida
de tua imensurável
grandeza?
Quando falaste de amor,
com teu sorriso indefinível
e teus olhos de lagarto,
pensei-te em asas de fogo
saboreando mel...
E foi assim, Neruda,
que por ti apaixonada,
quedei-me a espiralar-me
por certo tentanto(AINDA) alcançar-te...
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