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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Boto-Se Passares



SE PASSARES

Se passares pelo adro
No dia do meu enterro,
Dize à terra que não coma
Os anéis do meu cabelo.
Já não digo que viesses
Cobrir de rosas meu rosto,
Ou que num choro dissesses
A qualquer do teu desgosto;
Nem te lembro que beijasses
Meu corpo delgado e belo,
Mas que sempre me guardasses
Os anéis do meu cabelo.
Não me peças mais canções
Porque a cantar vou sofrendo;
Sou como as velas do altar
Que dão luz e vão morrendo.
Se a minha voz conseguisse
Dissuadir essa frieza
E a tua boca sorrisse !
Mas sóbria por natureza
Não a posso renovar
E o brilho vai-se perdendo ...
- Sou como as velas do altar
Que dão luz e vão morrendo.

ANTÓNIO BOTO

"Botto.JPGAntónio Tomás Botto, poeta e contista, nasceu em 1987 na povoação de Concavada, Concelho de Abrantes, distrito de Santarém, e viveu em Alfama, Lisboa.
O seu primeiro trabalho literario, uma colectânea de poesia que designou por “Trovas”, foi publicado em 1917.
A sua poesia é de tendência modernista, de estilo formal até ao preciosismo e muito orientada para temas do quotidiano até então nunca versados.
Morreu no Rio de Janeiro em 16 de Março de 1959."

FONTE:se você gosta de coisas portuguesas-e pesoas-vá conhecer esse interessante blog--->>http://garatujando.blogs.sapo.pt/arquivo/2006_09.html

Um comentário:

Unknown disse...

Olá Clevane,

Fico muito contente em saber que a imagem foi utilizada para divulgar um evento tão bacana! Tem toda autorização, claro. Parabéns pelo espaço, que muito me agrada.

Beijos

Letícia (candytoys.blogspot.com)